sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Tomé, um homem de Fé (parte 2)


Tomé sempre foi hostilizado e apontado como um exemplo de um homem sem fé. Temos a ignorância de tirar conclusões precipitadas somente através de uma passagem, estamos muito envolvidos com a tradição, prontos para apontar o dedo, sem antes conhecer a história. Não analisamos ou examinamos tudo, aliás esse é um grande problema atual que afeta a muitos, que não se dispõe a estudar a Bíblia. A interpretação e o estudos das escrituras não se baseia somente em uma só passagem bíblica.
Vemos com grandes olhos Pedro, Tiago, João que são os mais populares. Mas quando olhamos para Tomé, vemos um homem sem fé e fraco. Estamos errados. Tomé nos demonstra uma grande amizade com Cristo. Exemplo de um homem que lutava contra si todos os dias em busca das respostas que sua alma ansiava em encontrar. Exemplo de homem que amava seu Mestre e demonstrava toda sua sinceridade e honestidade para com Ele. Diferente de nós, que amamos esconder nosso eu, nossas vontades e até o nosso caráter diante de Jesus.


Será que hoje temos coragem de morrer com Cristo? Tomé teve.
(Em João 10.22) Jesus estava em uma festa; enquanto passeava pelo Templo os judeus o rodearam e começaram a fazer lhe perguntas. Como sempre Jesus os respondeu com grande autoridade, furiosos eles pegam em pedras e o ameaçam o matar ali mesmo. Jesus escapa juntamente com seus discípulos, partindo para as proximidades do rio Jordão, ficando alguns dias por lá. Sabendo da notícia de que Lázaro estava morto, ele decide voltar. Mas para voltar eles teriam que passar por Jerusalém, para então chegar até Betânia, cidade onde Lázaro estava sepultado. Assustados os discípulos o lembra que a alguns dias atrás os judeus o tentaram matar e todos temem em voltar.
Quem fala mais alto no meio dos doze, não é o autoritário Pedro, nem mesmo o que dissera que era mais amado, João. Foi TOMÉ, o que todos tacham por sem fé, levanta a voz e grita alto.” VAMOS MORRER COM ELE TAMBÉM’’. Esse era o sem fé? Sinto me pior do que ele.
Muitos não querem abrir mãos de suas próprias vidas por amor a Cristo. Amamos demais nossos próprios prazeres, vontades e interesses. Para Tomé, Jesus era tudo que ele tinha, era seu amigo e companheiro, iria com Ele para onde quer que fosse, pois Tomé entendera que a salvação se encontrava em Jesus, e a vida sem Ele era pior que a morte. Estamos dispostos a seguir Jesus por interesses e benefícios, isto é fácil. Agora segui-lo até a morte, tem que ter muita fé!


Tomé desejava encontrar o caminho.
(Em João 14.5), Ao ouvir de Jesus que não ficaria por muito tempo com eles, Tomé se entristece, e quer saber o caminho para encontrar Jesus novamente. Só ele teve a coragem de fazer a pergunta que era decisiva para todos. Ele perguntou porque estava prestes a perder um amigo, e não queria passar o resto de sua vida longe dele. Ele amava muito a Jesus, e não queria voltar à vida que tinha antes.Uma vida cheia de caminhos tortuosos e falsos. Penso na grande alegria que penetrou no coração de Tomé, por saber que o seu amigo era o seu caminho, sua verdade e sua vida.


Eu e você estamos interessados em que caminho seguir? E para seguir a Cristo é preciso pisar onde seus pés pisaram, tocar onde suas mãos tocaram e olhar para onde ele olhava. E você vem me dizer que Tomé não tinha fé? Somos piores do que ele.


Todos citam a passagem de João 20.29, para justificar a ideia da incredulidade de Tomé. Mas vamos lá:
(Marcos 16.9-15) e ( João 20.20,21). Todos os outros discípulos também duvidaram da ressurreição de Cristo.Todos estavam reunidos com medo dos judeus, então Jesus aparece no meio deles e os saúdam com a Paz. Porém nenhum deles demonstrou reação alguma, foi preciso Jesus mostrar as marcas nas mãos e em seu tórax para que eles cressem. Marcos ainda foi mais enfático e nos diz que o próprio Jesus também os chamou de incrédulos e duros de coração.(Marcos 16.14)


Naquela ocasião Tomé não estava juntamente com eles, talvez o desespero e a dor o fizeram a chorar longe dali. Quando retorna, os outros contam que viram ao Senhor, ele sem saber o que pensar e desesperado por uma esperança, quer ver Jesus, e não somente ver, mas tocar em suas feridas.
Que maravilhoso desejo de uma experiência e uma comunhão maior com Jesus. A esperança de rever seu amigo o faz suspirar. Depois de oito dias, talvez os oito dias mais angustiantes na vida de Tomé, Jesus novamente aparece no meio deles. Voltando somente e especialmente para falar com Tomé, que desfruta de uma comunhão maior que os demais, pois somente ele toca em suas feridas.
O termo que Jesus emprega ‘’não sejas incrédulo’’. Se refere a uma fé vacilante e inconstante. Para Jesus, Tomé precisaria agora de uma fé firme, pois os acontecimentos a se seguir seriam de grandes batalhas, lutas e dores, pois o cristianismo entraria em choque com os Judeus.


A fraqueza de Tomé fez ele se aproximar de Cristo. Ele foi sincero e muito honesto com suas emoções. Não escondeu nada de ninguém e falava abertamente de seus sentimentos. Não se misturava em meio as multidões, desejava sempre buscar verdades e uma transformação em seu caráter.
Se ele fosse um homem sem fé, porque então estaria com Jesus, mesmo sofrendo retaliações e ameaças? Poderia muito bem tê-lo o abandonado, pois oportunidades não faltaram. Antes esteve com Cristo em todas as situações. Mesmo nos momento mais difíceis, não abandonou seu amigo e Mestre.


Diferente de nós, que o abandonamos por qualquer coisa.



Que Deus nos fortaleça!


Por Alisson Bruno

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