sábado, 16 de fevereiro de 2013

O princípio de Autoridade



"Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que há, foram ordenadas por Deus. Por isto quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação". (Rm 13.1,2 e At 23:5 )
A maneira pela qual Deus exerce o seu governo define o princípio da autoridade. A cadeia de autoridade com extensão de comando foi estabelecida por Deus com o objetivo de organizar, proteger e viabilizar uma administração efetiva. A cadeia de autoridade é uma ordenação e Deus por isso deve ser respeitada e conservada. É muito importante estimularmos este ensinamento, pois ele poupa as pessoas de muito sofrimento e castigo, que na verdade podem ser evitados.
É importante dizer que estamos enfatizando as posições hierárquicas na cadeia de comando independentemente das pessoas em si que as estão ocupando. Apesar da posição e dos princípios serem sagrados, a pessoa pode ser iníqua. A pessoa errada na posição certa é uma das tragédias prediletas de satanás. Esse é um ponto que merece a nossa intercessão principalmente a nível de igreja.
"Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas sem a minha aprovação; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruídos". (Os 8:4)
Isto acontece quando as pessoas, motivadas pelo materialismo, idolatram seus lideres, e principalmente, também, quando lideres, pela mesma inspiração, em detrimento das pessoas adequadas, tentam se sustentar numa posição de autoridade através de manipulação espiritual. Desta forma, Satanás se infiltra instaurando o famoso "Esquema de Jezabel" com o intuito de adoecer estruturas de liderança. Cada vez que a pessoa certa sai ou é retirada da sua posição e uma pessoa errada a ocupa, pessoas serão feridas, perseguidas, injustiçadas e o corpo que está sujeito a esta liderança vai sofrer, seja uma família, igreja, empresa, cidade, etc.

O principio de autoridade é um legado de Deus

Ninguém está isento de ministrar ou ser ministrado pelo princípio da autoridade. Já nascemos com uma liderança sobre nós que são os nossos pais. Quando Deus criou a segunda pessoa no mundo, o principio da autoridade já entrou em vigor para os relacionamento humanos. Eva seria uma auxiliadora idônea, sob a liderança espiritual de Adão.
O próprio Deus respeita e se sujeita a autoridade delegada. Quando Deus pensou em destruir o povo de Israel devido a tantas rebeliões e reprovações no deserto, ele mesmo, apesar de ser Deus, pediu autorização a Moisés, a quem incumbira da responsabilidade e autoridade de conduzir o povo.
"Agora, pois, deixa-me, para que a minha ira se acenda contra eles, e eu os consuma; e eu farei de ti uma grande nação". (Ex. 32:10)
Por sua vez, Moisés intercedeu em favor do povo não permitindo que Deus cumprisse aquele intento. O mais incrível é que Deus se sujeitou à autoridade que ele mesmo havia conferido a Moisés. O principio de autoridade não apenas vem de Deus como também é sustentado, respeitado e praticado por Ele.

O principio de autoridade estabelece a ordem de Deus 

1) O principio de autoridade é o mais importante agente para manter pessoas, valores e coisas em ordem.

2) Não existe crescimento sadio sem organização e não existe organização sem autoridade.

3) A autoridade é a essência da liderança que embute a justa capacidade de aplicar as leis que governam o mundo moral, o discernimento em relação aos devidos lugares das pessoas e coisas e, também, a habilidade de estabelecer objetivos claros conduzindo um grupo de pessoas na direção correta. Uma boa liderança produz ordem e desenvolvimento.

4) De forma alguma uma posição de autoridade pode ser ocupada levianamente. Paulo adverte para não impor precipitadamente as mão sobre uma pessoa. Antes de estabelecer alguém em autoridade, esta pessoa precisa ser treinada, testada e aprovada.

5) Sem uma cadeia de autoridade seríamos uma multidão de pessoas vivendo desordenadamente. Este é o principio maligno da anarquia que destina qualquer sociedade à destruição. O pior sistema de governo é ainda menos pior que sistema nenhum. O caos culmina quando pessoas se rebelam contra o principio de autoridade.

6) Não devemos confundir o principio de autoridade com o estilo de uma pessoa. Há uma grande diferença entre você não simpatizar com a personalidade de um líder e você se rebelar contra o princípio de autoridade. O estilo de liderança é da pessoa, o principio de autoridade é divino.

7) Também não devemos confundir o principio de autoridade com um sistema de governo com estratégias específicas de liderança. A personalidade de um líder, um sistema ou estratégias de governo, um estilo de liderança, tudo isto pode ser falho e muitas vezes inconveniente, porém o princípio da autoridade é sempre funcional e inabalável. Se não soubermos estabelecer esta fina linha entre a "pessoa" e o "principio da autoridade" podemos facilmente nos equivocarmos trazendo condenação para nós mesmos.
Muitas pessoas estão espiritualmente desencaixadas e perdidas, porque em virtude de decepções com "autoridades" se rebelaram contra o "princípio da autoridade". Acham-se feridas, resistindo e combatendo contra Deus.
Algumas espiritualizam seu conflito dizendo: "não me submeto mais a homens, senão apenas a Deus!" Estas pessoas ainda precisam ser quebrantadas para não serem quebradas pelo principio de autoridade. A história do filho pródigo ensina que pessoas são aprisionadas num lugar de sequidão e necessidades, e até morrem prematuramente por infligirem e afrontarem o principio de autoridade.
Uma desarmonia com o principio de autoridade impõe os piores quadros de confusão, perversão e insegurança. Pessoas perdem o fio da vontade de Deus, não conseguem discernir a porta a entrar e o caminho a tomar, tudo fica obscuro e um sentimento de desorientação se instala.
Esse desencaixe abala também muitos relacionamentos importantes e parece que tudo na vida entra em desordem. As perspectivas espirituais tornam-se confusas e distorcidas. O princípio da organização e da orientação espiritual se fundamenta numa correspondência com o principio da autoridade.

Autoridade é inseparável da responsabilidade

Por mais que uma posição concede poder, autoridade legítima vem do caráter. Responsabilidade é a capacidade moral através do livre arbítrio de crescer em santidade de caráter, correspondendo com as expectativas divinas. Isso requer vencer as tentações, superar as provas, obedecer, perseverar, expressar a verdade no íntimo e também dispor de um coração inteiro no propósito de Deus.
Tudo isso envolve um somatório de escolhas que irão determinar nosso caráter. Na mesma proporção que o nosso caráter está sendo exercitado no quebrantamento da alma e no tratamento do Espírito Santo é que estaremos sendo investidos da genuína autoridade.
Hoje vemos muitas pessoas obsecadas pelo poder. Mas se fossemos um pouco mais sábios, não buscaríamos primariamente o poder, mas o caráter. Poder sem caráter é simplesmente uma armadilha espiritual. Através desta autoridade irresponsável muitos são seduzidos e destruídos. Jesus ensinou que ao que muito é dado, muito será cobrado. Responsabilidade é intrinsecamente a obrigação moral de prestar contas em relação a tudo o que nos foi confiado. Ninguém está isento disso.

Honrar e obedecer

Existem dois níveis de responsabilidade mediante pessoas que ocupam uma posição de autoridade sobre nós. A primeira responsabilidade é honrar e a segunda é obedecer. Porém, é importante analisarmos como a Bíblia nos ensina a desempenhar estas responsabilidades.
Honrar pais e autoridades constituídas é um tributo incondicional: "Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra"(Ef 6.2,3).
Não importa quem seja o líder, precisamos respeita-lo incondicionalmente devido ao lugar de autoridade que ele ocupa. "Sujeitai-vos a toda autoridade humana por amor do Senhor, quer ao rei, como soberano". (1 Pe 2.13)

Já a responsabilidade de obedecer é condicional: "Vós, filhos. Sede obedientes a vossos pais no Senhor, pois isto é Justo". (Ef 6.1). Não se deve obedecer a nenhuma ordem humana que afronte algum preceito moral divino. Haverá situações em que teremos que escolher entre sujeitar a um líder ou obedecer ao próprio Deus (ex. Misael, Ananias e Azarias - Dn. )
A submissão pode trazer a tona um sério conflito: O que é mais importante? Devotar lealdade a um homem ou à verdade? Até que ponto podemos ser leais a um líder sendo desleais à verdade? Não podemos confundir "lealdade" com flacidez moral. Isto apenas reforçaria o espírito de corrupção numa liderança.
Quando o Sinédrio quis proibir que os apóstolos ensinassem no nome de Jesus, apesar deles representarem uma autoridade constituída legitimamente sobre o povo judeu, Pedro, sem deixar de respeita-los, não obedeceu: "Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Importa antes obedecer a Deus que os homens"(Atos 5:27-29). Ele não negociou sua lealdade à verdade.

A autoridade e qualidade do discipulado

O princípio da autoridade é um componente fundamental na formação e reprodução moral do ser humano. Deus não criou o homem com um caráter já formado. Muito pelo contrário, o caráter de cada recém-nscido é como uma folha em branco, que podemos definir como inocência. Cada pessoa precisa ser influenciada por pessoas mais experimentadas para fazer escolhas certas. Aqui entra o papel obrigatório do princípio de autoridade, a fundamental função e a grande responsabilidade de um líder, seja ele pai, professor, pastor, etc.
O líder, pode então, ser um degrau para o crescimento, ou uma pedra de tropeço para seus liderados. Ele pode sarar, ou pode adoecer a alma das pessoas; ele pode trancar ou destrancar os dons das pessoas; ele pode viabilizar o crescimento emocional, ou bloquear esse crescimento; ele pode abortar o espiritualmente, ou, ministrar vida às pessoas. Ele pode aproximar as pessoas de Deus, como também pode torna-las céticas.
A maneira como se exerce autoridade é talvez o fator que mais pesa na formação da personalidade de alguém.


Definição de   cético : pessoa que adota uma atitude incrédula em relação a um domínio do conhecimento ou a um dogma; incrédulo; descrente



por Coty

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